Depois da enchente
limpei a casa
abri as janelas
você pulou sem permissão
rapidamente
Acendi um cigarro
você me viu
como eu sou
sem censura
sem pudor
Tive medo
o medo era real
você sentiu o cheiro
da fragilidade do meu suor
rapidamente
Fugiu
construiu um muro
com uma pequena abertura
por onde me alimentou
com as migalhas do seu ego
E eu
presa
na teia
do seu tesão
me vi
rapidamente
Chorei
tentei respirar
mas o ar fugiu
você me abandonou
e eu
sufoquei
Luana Brandão
17/fev/2017 - 16:58 hs