quarta-feira, 15 de março de 2017




Depois da enchente
limpei a casa
abri as janelas
você pulou sem permissão
rapidamente

Acendi um cigarro
você me viu
como eu sou
sem censura
sem pudor

Tive medo
o medo era real
você sentiu o cheiro
da fragilidade do meu suor
rapidamente

Fugiu
construiu um muro
com uma pequena abertura
por onde me alimentou
com as migalhas do seu ego

E eu
presa
na teia
do seu tesão
me vi
rapidamente

Chorei
tentei respirar
mas o ar fugiu
você me abandonou
e eu
sufoquei


Luana Brandão
17/fev/2017 - 16:58 hs

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